8 de agosto de 2009

Para os "caras"

“Como ele é? Não sei, parece um joelho – ele repete o que todos dizem sobre recém-nascidos para fazer graça, e funciona. O bebê é parrudo, grande, forte, ele inventa: é o que querem ouvir. Sim, está tudo bem. É preciso que todos vejam, mas parece que há horários. Daqui a pouco ele vem – aquele pacotinho suspirante. A mulher está plácida, naquela cama de hospital – sim, sim, tudo vai bem. (...) Eu fiz um curso de pai, ele alardeia, palhaço, fazendo piada. Mas era verdade: passou uma tarde numa grande roda de mulheres buchudas, a dele incluída, é claro, com mais dois ou três futuros pais devotos, atentíssimos, ouvindo uma preleção básica de um médico paternal, e de tudo guardou um único conselho – é bom manter uma boa relação com as sogras, porque os pais precisam eventualmente descansar da criança, sair para jantar uma noite, tentar sorver um pouco o velho ar de antigamente que não voltará jamais”.

Trecho de O filho eterno, Cristóvão Tezza.




Obigado Mister Mezoni, Mister Silva, Mister Borba...

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